sábado, março 31, 2007

::Eu só quero que você saiba::

Você tem cabelos longos e eu gosto de você
Você os pintou, ficaram quase loiros e eu gosto de você
Você não usa o telefone e eu gosto de você
Você tem esse jeito de "I really don't care" e eu gosto de você
Você às vezes realmente parece não se importar e eu gosto de você
Você desaparece e eu gosto de você
Você aparece de vez em quando e eu gosto de você
Você me traz lembranças e eu gosto de você
Você me dá saudades e eu gosto de você
Você é séria e eu gosto de você
Você nunca fala dos detalhes de sua vida e eu gosto de você
Você é uma incógnita e eu gosto de você
Você é um mistério e eu gosto de você
Você é um segredo e eu gosto de você
Você é meu tema favorito e eu gosto de você
Você é o que não conheço e eu gosto de você


::My headphones saved my life*::

Too Drunk To Fuck - Dead Kennedys (trechos)

Went to a party
I danced all night
I drank 16 beers
And I started up a fight

But now I am jaded
You're out of luck
I'm rolling down the stairs
Too drunk to fuck

Too drunk to fuck
I'm too drunk, too drunk, too drunk
To fuck

I like your stories
I love your gun
Shooting out truck tires
Sounds like loads and loads of fun

But in my room
Wish you were dead
You ball like the baby
In Eraserhead

Too drunk, to fuck
It's all I need right now
Too drunk to fuck
I'm sick soft gooey and cold
Too drunk to fuck

I'm about to drop
My head's a mess
The only salvation is
I'll never see you again

You give me head
It makes it worse
Take out your fuckin' retainer
Put it in your purse

I'm too drunk to fuck
You're to drunk to fuck
Too drunk to fuck
It's all I need right now Oh baby
I'm melting like an ice cream bar
Oh baby

And now I got diarrhea
Too drunk to fuck
Yeah, Yeah
Oooohhh

* "My headphones, they saved my life" é uma frase da música Headphones da Björk


::Sábias Palavras::

"E quando você me dá sua mão fria, eu, a quente, sinto um arrepio na espinha e te mato, mato, mato até você ficar completamente morto e inaproveitável para qualquer outra mulher, eu de novo te mato, mato e mato. Eu não quero você para nada, "seu" mão fria. Vou por aí procurar mão quente, e mando você para a puta que te pariu meu grande amor, há um hiato entre nós dois - por isso é que tenho em mente para preencher esse hiato e tenho um amante para favorecer você e te salvar do vazio e oco hiato sem fundo que é o vácuo."
Clarice Lispector, Um sopro de vida (Pulsações), pág.78


::Divagações no escuro::



Maria Antonieta

This is why events unnerve me,
They find it all, a different story,
Notice whom for wheels are turning,
Turn again and turn towards this time,
All she asks the strength to hold me,
Then again the same old story,
World will travel, oh so quickly,
Travel first and lean towards this time.
New Order - Ceremony

Ministério da Saúde Cinéfila adverte:
Não assista ao filme se for diabético ou estiver de regime.

Filme doce, literalmente falando, é quase possível sentir o gosto de morango na boca, gelatinas, docinhos rosas.
Kirsten Dunst mostra mais uma vez, depois de Tudo acontece em Elizabethtown e, o também de Sofia Coppola, Virgens Suicidas, que é uma ótima atriz embora quase nunca seja reconhecida, a despeito de suas companheiras de geração Reese Whiterspoon, Scarlett Johansson e outras de nomes difíceis de escrever.
Simpatizei com sua Maria Antonieta, tive pena de ser decaptada, por um momento quis eu ser da Corte de Versailles e aproveitar daquelas festas, comidas, jogos, roupas e sapatos mas a única coisa do filme que está ao meu alcance é o All Star azul.
A música é inebriante, combina totalmente, é perfeita, até parece que eles realmente ouviam New order na Corte, acho que eles gostariam, dançariam à beça. Agora percebo que os anos 80 combinam com a Versailles que Sofia idealizou, será que era assim? Tão rosa? Tão apetitosa?
Sofia mostra de novo como é difícil ser diferente num meio de iguais, o que os críticos vêm chamando de "sensação de não pertencimento", presente nos seus outros dois incríveis filmes. A cena final de Virgens Suicidas, a da festa, caberia como plano final tanto de Maria Antonieta quanto de Lost in translation (porque eu me recuso a usar o nome que deram a ele em português), o sufocamento num meio tóxico, o choro descontrolado numa sala de Versailles, o silêncio sentado na cama num hotel em Tóquio. Não importa se somos jovens, velhos, nobres, famosos, se estamos no Japão, nos EUA, na França pré-revolucionária: cabeças rolam. Just like honey.

O Jogador

Adoro filmes que falam de filmes e esse é especial, é engraçado, tem suspense, tem drama, é surpreendente. Um filme dentro de um filme. É um Os Sonhadores de terno e gravata.
Imagine você dentro de uma grande produtora de filmes de Hollywood, seu emprego? Nossa, chatíssimo, ter de ler e aprovar, ou não, roteiros a serem filmados por tal produtora. Creio que eu levaria tudo à falência, só aprovaria os roteiros que me agradassem, não sei ser profissional quando se trata de bom gosto no cinema, não sei escolher aquilo que vende. Mas quem sabe, sabe, sabem até as histórias que vendem, o que elas devem ter e conseguem descobrir até como um argumento se desenrola, ou seja, são os conhecedores do clichê do cinema comercial de Hollywood.
Você então recusa um roteiro e o autor fica muito, muito bravo. Aí começa o suspense do filme. Original, simples e se desenrola quase que naturalmente, regado a muitas bebidas caras e festas com famosos.

::Curtindo a vida adoidado::
Amanhá é o último dia para ver no CCBB de Sampa a exposição do Anish Kapoor, talvez a instalação Ascencion seja doada à cidade, mas estavam esperando uma resposta da Prefeitura, agora, a gente nunKassab.
Mesmo depois de amanhã, continuará uma instalação que vale à pena no local, no subsolo do CCBB, Sob Neblina (em segredo) de Marilá Dardot, uma expedição, ao contrário, pela alegoria da caverna de Platão.

::As perguntas que não querem calar::
O que o Bill Murray tem em Flores Partidas de tão irresistível? E será Don a mesma pessoa que seu personagem em Lost in Translation? A mesma expressão perdida.

sexta-feira, março 23, 2007

::My headphones saved my life::

Trouble Sleeping - Corinne Bailey Rae

Could it be that I'm suffering
Because I'll never give in?
Won't say that I'm falling in love
Tell me I don't seem myself
Couldn't I blame something else?

Just don't say I'm falling in love
'cause I've been there before and it's not enough
So nobody say it

Don't even say it
I ve got my eyes shut
Won't look, oh
No, I'm not in love

::Paradoxo sobre a blogueira::


Cá estou eu, mais uma vez, com um blog novo. Minha primeira tentativa começou em 10 de junho de 2003 mas só foi até 11 de março de 2005, mantive depois um blog de textos sobre relacionamentos que durou míseros 9 meses e um número pouco maior de posts, dividi um blog e atualmente divido outro. Mas o grande paradoxo é minha novíssima tentativa diante do texto que encerra meu primeiro blog, há 2 anos atrás, a seguir:
::That's all Folks::
Já decidi isso mais de uma vez, já desisti de desistir muitas outras, hoje mesmo hesitei. A resposta às minhas dúvidas e hesitações é: EXISTE VIDA LÁ FORA. Como em Arquivo X: THE TRUTH IS OUT THERE.
Sim caros e poucos amigos leitores, estou jogando a toalha, pendurando a chuteira, como quiserem.
Fato: esse é o último post. Encontro-me feliz, um grande passo já foi dado, como dizem as Caminhantes, agora devo continuar o caminho. Agarro-me aos amigos, às lembranças, a meus pais e a quem segura meu coraçãozinho. Agradeço a todos que aqui passaram, leram, gostaram ou não.
Desisto da posição de escritora de blog, mas não da de leitora, continuarei lendo meus favoritos, o que é, de certa forma, um vício literário.
Espero assim viver menos no mundo virtual e mais no real, escrever em cadernos reais e não em "bloco de notas", conversar com as pessoas ao meu redor, tornar o próximo mais próximo. Espero conseguir, pelo menos na minha vida, o que falta no mundo: diálogo.
É incrível como as pessoas conversam com qualquer um num "chat", adicionam "amigos" que sequer conhecem no Orkut (a nova droga da civilização), mas não conseguem trocar um "bom dia" com o cobrador do ônibus, o motorista, aquele passageiro que passa uma hora ao seu lado, UMA HORA AO SEU LADO, eles são reais, eles existem, os vemos TODOS OS DIAS, pode-se trocar um olhar amigo, palavras...




::Divagações no Escuro::

Que atire a primeira pedra...

"It's only right that you should play the way you feel it
But listen carefully to the sound
Of your loneliness(...)
Well It's only me that wants to wrap around your dreams and
Have you any dreams you'd like to sell
Dreams of loneliness" Dreams - Fleetwood Mac

"Você não é tocada há tanto tempo que o toque acidental de um motorista do ônibus mexe com as suas mais profunda entranhas" Judi Dench como Barbara em Notas sobre um encândalo

Até que ponto o amor é obsessivo? Até que ponto a obsessão é amor?
Quem nunca teve uma pessoa como objeto de sua obsessão que atire a primeira pedra. Ser obsessivo talvez seja normal, o que se faz dessa obsessão é o que diferencia as pessoas, é o que diferencia, por exemplo, eu da personagem Barbara de Notas sobre um escândalo. Ela chega a ser má, vil, cruel, como disseram alguns? Não achei. Inclusive, o escritor do livro que inspirou o filme disse que Barbara parece mais cruel no filme do que no livro, o que me instigou a ler o livro, já que realmente simpatizei com Barbara.
Sei que podem pensar que simpatizei com ela porque sou igual a ela, não acho,mas ela me tocou, de tal forma, que não consigo parar de pensar nela, há tempos um personagem de filme não mexia assim comigo, talvez desde Jeanne Moreau como Catherine em Jules et Jim, personalidades fortes e, ao mesmo tempo, extremamente humanas e reais, mexem demais comigo.
Teimar com uma pessoa, agarrar-se a essa pessoa ou, apenas, à idéia que se tem dela, de uma memória, lembranças, saudades. Martelar na mente, sempre e de novo, imagens, falas, expressões, abraços, olhares, detalhes. Sonhar, todas as noites, com possibilidades, ilusões, encontros, decepções, sentimentos mil. Acordar e demorar para perceber que era apenas um sonho, ou pesadelo, porque a sensação foi tão real, a angústia, o desespero, a felicidade, a incompletude, que simplesmente não passa ao abrir os olhos, dar por si é difícil. E quando se dá conta, é pura solidão e obsessão.

Eu também quero falar

"Será que posso tecer um comentário sobre isso nesse momento?" Woody Allen como Danny Rose em Brodway Danny Rose

Já li e ouvi tantas opiniões, teorias, verdadeiros tratados sobre o filme mais badalado das últimas semanas, Borat, que também quero abrir minha boca grande, ou melhor, pôr para trabalhar essa minha mão boba.
Não há no filme o tipo de humor que eu particularmente gosto, quase não ri no filme, com exceção da tão comentada cena do hotel. Mas não posso negar que o filme seja interessante. E bom. Porém eu me sinto mais inclinada a chorar do que rir das descobertas que o segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão faz viajando pela América (sic).
Borat mostra-se preconceituoso para descobrir os preconceitos alheios e, assim, descobrimos que ninguém estranha se você for comprar uma arma que seja a melhor para matar judeus ou que tudo bem se você quiser comprar o carro que mais facilmente mate alguém ao atropelá-lo. E, claro, já ia me esquecendo, vamos bater palmas para o Bush e sua guerra do Iraque.
Mais do que qualquer outra coisa Borat revela o complexo de superioridade dos americanos (sic) e suas hipocrisias cotidianas.

Uma verdade inconveniente

A verdade inconveniente é que o filme é, na verdade, dois em um. A vida e ideologias de Al Gore + o aviso sobre o aquecimento global. O filme não deixa de ser uma tentativa louvável, tendo como alvo o público dos EUA. Bom, tudo bem, foram eles que não assinaram Kyoto mesmo.
Outro problema é que quando se trata de questões ambientais a verdade é que quem se interessa por saber mais, ver o filme, entrar no site do Greenpeace, do SOS Mata Atlântica, andar de bicicleta etc, são as pessoas já conscientizadas, na projeção mesmo que fui ver tenho certeza de que ninguém ali duvidava da realidade do aquecimento global.
Dois momentos mostram bem que Al Gore é diferente de Bush mas ainda sim um típico americano (sic): 1) ao falar da infância na fazenda de seu pai ele deixa escapar que uma das coisas que se podia fazer por lá era "atirar seu rifle", uow...2)num momento de incentivo e motivação para reagirmos ele mostra do que a humanidade já foi capaz de fazer unida, uma das imagens é o Muro de Berlim e ele fala "juntos conseguimos acabar com o comunismo", hein? Viva o Al Gore! Se fosse acabar com as ditaduras, é..., com as diferenças sociais, vai lá, mas encher a boca para falar da derrubada do comunismo...
Como alarme do aquecimento global é bem feitinho, é de chorar a história dos ursos polares que se afogam por ter de nadar mais de 100km sem achar gelo para descansar, buá.


::Curtindo a vida adoidado::

Recomento fortemente a exposição Mulher Mulheres na Unidade Provisória do Sesc Av. Paulista. Obras tocantes de profunda sensibilidade e contestação à condição da mulher no mundo atual, destaque para a obra de Vito Acconci (foto).



::Sábias palavras::

"É tudo osso,eu vou no açolgue e tem um monte."
Frase de uma garota durante uma aula de anatomia sobre a estrutura óssea, causo narrado por uma amigona que faz Biologia.

::A pergunta que não quer calar::

Por que as mulheres não podem andar por aí sem camisa?