quinta-feira, outubro 25, 2007

Meu MojoBook. Adorei o release e simplesmente amei a capa.

"Release

Alice no País das Maravilhas encontra Lucy in the Sky with Diamonds, Dorothy, Wendy, Poliana. Uma mulher crescida experimenta novas sensações com a novidade que só a infância - e talvez as drogas - podem proporcionar.
Cores e movimento aparecem como elementos de composição no texto de Úrsula Passos. A leitura alcança um novo tipo de experiência visual e, quem sabe, sensorial. Se Björk ainda não tinha sido MOJIFICADA, agora ela recebe um texto de acordo com sua personalidade intrigante."

Para ler:

www.mojobooks.com.br

sábado, outubro 13, 2007

::Vivendo e aprendendo::


himeneu
Acepções
■ substantivo masculino
1 enlace matrimonial; casamento
2 bodas, festa de núpcias

Etimologia
gr. huménaios,ou 'canto nupcial; matrimônio'; ver himen(o)-; f.hist. 1572 hymeneo (Fonte: Dicionário Houaiss / deparei-me com essa palavra num conto de Sade)


::Sábias Palavras::


"Everybody is somebody's fool"
Orson Welles em A Dama de Shangai


::My headphones saved my life::


I see who you are - Björk

I see who you are
Behind the skin
And the muscles

I see who you are, now
And when you get older later

I will see the same girl
The same soul
Lioness, fireheart
Passionate lover

And afterwards
Later this century
When you and I have become corpes

Let's celebrate now all this flesh on our bones
Let me push you up against me tightly
And enjoy every bit of you


::Divagações no Escuro::


Welcome to São Paulo

Lembro que quando saí da exibição de Paris, te amo, na Mostra do ano passado, pensei que seria muito interessante se fizessem um filme como aquele sobre Sampa. Algum tempo depois descobri que não fui só eu que pensei nisso, e que o filme já estava quase pronto. Bem - vindo a São Paulo reúne também vários curtas sobre a cidade da garoa, porém, sem um tema em comum, e então, o que faz a ligação entre os curtas é uma espécie de narração, em imagem e som, na voz de Caetano Veloso.
Já no começo percebo o tom do desastre, a história da cidade é contada, do descobrimento aos dias de hoje, passando pelos bandeirantes, é claro, acompanhada da imagem que vai do mar, subindo a serra, até chegar ao nossa planalto, e o texto parece ter saído de um livro de história da quarta série do ensino fundamental. "Extrativismo"? Logo no começo de um filme, soltar essa palavra, é a prova do didatismo que se seguirá.
Com exceção de dois ou três curtas, como o da Daniela Thomas, que filma lindamente o Elevado Costa e Silva, vulgo Minhocão, todos os outros esquecem que existe uma coisa chamada sutileza, e vão bem direto aos clichês sobre metrópoles: solidão, desperdício, pobreza, trânsito intenso, miscigenação, correria e por aí vai. E, apesar de ficar claro que São Paulo é imensa, quase não se vêem os bairros, vemos o centro velho, o centro novo e algumas imagens de bairros próximos.
Sinceramente, acho que Caetano Veloso não teve nada a ver, ele não tem sotaque de paulista e dá as boas vindas aos que aqui chegam, apenas aos que chegam, porque o filme não é para os que aqui vivem. A expressão "para gringo ver" encaixa-se perfeitamente aqui, e eu até duvido que seja uma propaganda boa,o filme é deprimente.
Num determinado momento ficamos sabendo que numa votação para escolher a música que melhor representa a cidade ganhou Trem das Onze e, em segundo lugar, Sampa, mas o que ouvimos, incansavelmente, é a segunda, e a primeira vem como um alívio ao final, uma redenção pelo filme todo, um prêmio de consolação...

segunda-feira, outubro 01, 2007

::My headphones saved my life::


Age Of Consent - New Order

Won't you please let me go
These words lie inside they hurt me so
And I'm not the kind that likes to tell you
Just what I want to do
I'm not the kind that needs to tell you
Just what you want me to

I saw you this morning
I thought that you might like to know
I received your message in full a few days ago
I understood every word that it said
And now that I've actually heard it
You're going to regret

And I'm not the kind that likes to tell you
Just what you want me to
You're not the kind that needs to tell me
About the birds and the bees

Do you find this happens all the time
Crucial point one day becomes a crime
And I'm not the kind that likes to tell you
Just what I want to do
I'm not the kind that needs to tell you

I've lost you

::Dançando Almodóvar::


O espetáculo ¿Por que no hacemos cine? da Cia. Lambe-Lambe de Teatro e Afins/Núcleo Cinematográfico de Dança se propõe a dançar o desejo como colocado nos filmes de Almodóvar, cineasta que filma as mulheres como não se fazia desde Godard. O resultado é de tirar o fôlego, quatro bailarinos belíssimos, três mulheres e um homem, desde o começo, com tesudíssimas palavras clamadas em espanhol, bailam seus corpos com um desejo que se pode sentir no ar, são cenas e mais cenas de ficar boquiaberto, inusitados vídeos são projetados ao fundo enquanto a lei do desejo impera e ata-te na poltrona, não vá pensando que são maus hábitos, nem que é má educação, são labirintos de paixões que não cessam de volver.
Apenas de 4 a 7/10 eles estarão em cartaz no CCSP, quinta a sábado, às 21h e domingo, às 20h, na Sala Jardel Filho.

::Redescobrindo Legião Urbana::


"Tudo parece ser tão real
Mas você viu esse filme também."

"Já estou cheio de me sentir vazio" (Baader Meinhof Blues)

Certo, fanatismos à parte, eu assumo e, realmente, concordo, que Legião Urbana é uma mistura de The Smiths com uma espécie de religião, suas letras foram feitas para serem entoadas em alto volume, por jovens utópicos, sedentos da mudança, decepcionados com o mundo e o sistema, a guitarrinha é igual a do Johnny Mars e as letras são melhores que as melodias...
Mas...
E daí?
Eu adoro cantar músicas bem alto, gritando, sentindo aquela dorzinha no peito sendo, pelo menos um pouco, exorcizada, mesmo que por um momento. Ai que felicidade cantar, com muita falta de ar asmática, gesticulando e pulando, os vários minutos de Faroeste Caboclo, ou teatralizar uma tristeza incompreensível nos onze minutos de Metal contra as nuvens!
Sim, quer saber? Eu sou mesmo utópica, sou mesmo do tipo que acha que pode mudar o mundo, mas "se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era para sempre"? Estou decepcionada com o mundo e com o, dito, "sistema", tenho vinte anos e me acho "A" revolucionária... E daí?
Há cinco anos atrás, porém, eu não encarava as músicas da forma como estou encarando nessa redescoberta. Eu, devo dizer, muito ignorante quanto a muitas coisas, achava tudo aquilo poético e lindo, original e tudo o mais, agora, com um pouco mais de conhecimento adquirido, ainda ignorante, percebo o quanto havia de diagnóstico de uma geração e de um período naquelas letras, e mais, o quanto há de verdade universal, aquele tipo de verdade que diz respeito a todos os seres humanos na face da terra, que pode fazer se reconhecer em muitos e, ao mesmo tempo, nos fazer sentirmo-nos únicos.
Sem contar, é claro, muitas presenças da filosofia nas letras, desde política a estética, passando pela metafísica, pelos mitos gregos e muito mais.
Sim, eu gosto de Legião Urbana, algum problema?

"Filósofos suicidas
Agricultores famintos
Desaparecendo
Embaixo dos arquivos" (Petróleo do futuro)

"Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais"

"Então é outra festa
É outra sexta-feira
Que se dane o futuro
Você tem a vida inteira
Você é tão esperto
Você está tão certo
Mas você nunca dançou
Com ódio de verdade." (A Dança)