terça-feira, outubro 06, 2009

Jours 9 - 35 (cada dia mais difícil escrever)

Bom, de fato o Louvre não é de graça às sextas-feiras, só é mais barato depois das 18h pq fica aberto até mais tarde,mas nem compensa economizar 3euros e ficar um dia inteiro a menos, por isso acabei não indo naquela sexta e fui no último domingo, dia 4, primeiro domingo do mês, quando quase todos os museus de Paris são gratuitos. Naquela sexta dei uma volta em torno do Louvre e conheci o Jardin de Tuillleries, hoje acho que já passei por lá umas 4 vezes. É engraçado como depois de um mês certas coisas já foram vistas tantas vezes...
No dia 12 fui pela primeira vez no cinema em Paris, ver Anticrito do Lars von Trier com a Noelle no Nouveau Latina, um cinema no centro, perto do Centre Pompidou. Achei o filme um tanto quanto chocante, com cenas desnecessárias, e sim, com um certo machismo que pode ser discutido. Amei mesmo o ambiente do cinema, uma coisa bem cinéfila, cinema de duas salas pequenas, muitos cartazes, rua simpática. Como o filme era na hora do almoço, depois à tarde fui de novo ao Parque de Bercy, dessa vez acompanhada, com Jelena e Kyoungimi. No dia seguinte foi dia de voltar a Bercy pois todo domingo o meseu do cinema, dentro da Cinemateca, é gratuito. Hoje, mesmo já tendo visitado o Louvre e o Musée d'Orsay, não digo que o Museu do Cinema seja o melhor, mas foi o que mais me interessou, no qual me senti melhor e mais emocionada, experiência realmente mágica. Depois do museu ainda fiz minha carteirinha de CinEtudiant, que confesso que ainda não usei,mas sei que nos próximos 15 dias pretendo usar muito, pois é o fim do festival da Nouvelle Vague e pretendo ver muitos filmes, e sei que preciso ir à biblioteca estudar um pouco...
Arco do Triunfo, Avenue Champs Elysee (antigo QG da Cahiers du Cinéma), Grand e Petit Palais, Invalides, Bvd Haussman, segunda ida ao cinema (no Le Balzac para ver o novo filme de Jacques Rivette "36 vues du Pic Saint Loup"),  Passagens, Bolsa de Paris, Biblioteca Nacional (antiga e nova), sem esquecer as idas aos bandejões, Ópera Garnier (só por fora, ainda planejando a forma mais barata de ver algo lá dentro), Les Halles, pontes e mais pontes, terceira ida ao cinema (La Pagode, cinema lendário de Paris, para ver o novo filme de Honoré, "Non ma fille, tu n'iras pas danser"), visita guiada por Paris, conheci assim uma brasileira do CS de Curitiba, Gláucia, visita de Oliver a Paris (uma das melhores coisas que já aconteceram aqui, amigos, quem quiser, venha me ver!), coral surpresa na Notre Dame, segunda e terceira idas à Sacre Cour de Montmartre, filas e mais filas para a Journee du Patrimoine e no fim só ver a casa (mto sem graça) do presidente, pelo menos com o Linus, o Nabil, a Zoe e a Jelena, o tão comentado frango assado (caro, gostoso e divertido), o primeiro de muitos crèpes de Nutella, castelo de Vincennes, subir e descer, subir e descer escadas dos metrôs de Paris, a descoberta do creme de marrons, Gare de l'Est (procurando pela cena de Amélie, e não achei), achei pelo menos a cena de fuga do Pierrot,le Fou do Godard, flores e insetos desconhecidos, pernilongos imensos em casa, Shakespeare&Co., parque Buttes Chaumont (de dia e depois de noite durante a Nuit Blanche), frutas novas, tentando aprender o nome dos legumes, verduras e frutas, quarta ida ao cinema, do lado de casa no Epee de Bois para ver o novo filme de Woody Alllen "Whatever Works", uma grande decepção mas era para desestressar depois da visita pela confirmação do visto, que pelo menos finalmente saiu, muro do Je t'aime em Montmartre, com 'je t'aime' escrito em mais de 300 línguas, dentre as pontes, Pont des Arts, final de Sex and  the City, e Pont de Bercy do nojento filme Ultimo Tango em Paris, picnic no Champs de Mars com as meninas num encontro do Parismus da Paris IV, jogos de xadrez com Zoé, éclairs e divorces (doces estilo carolinas).
Viagem para fora de Paris: Dijon e Flavigny-sur-Ozerain. Uma das melhores coisas que poderia ter feito na vida. Peguei o trem numa terça de Paris à Dijon, passei a tarde em Dijon, dormi na casa de um casal CouchSurfer super simpáticos e na quarta super cedo peguei um trem a Venarey-les-Laumes, de lá peguei um ônibus para fazer os 3 primeiros km e depois fiz outros 5km de subida à pé até Flavigny, um caminho mágico entre a neblina até uma cidadezinha medieval com pouca gente e muita simpatia, muito calor. A cidade do bonbon de anis (bonbon em francês é bala), o doce mais antigo da França segundo alguns, desde o século XI, que leva atualmente 15 dias para ficar pronto e é maravilhoso. Do alto da cidade era possível ver o vale com suas vaquinhas pastando e alguns vinhedos, em torno das portas das casas havia parreiras repletas de uvas e ao longo dos muros que cercavam a cidade havia diversas árvores das mais diversas frutas. No almoço conheci um senhor que me ofereceu uma carona até a estação de trem no fim da tarde, e quando fui procurá-lo depois de comer, a senhora dona do ateliê (sim, um atliê de arte, uma pintora) onde ele trabalhava, me convidou a seu jardim com vista para o vale, onde tirei uma longa soneca, e depois para um chá com bolos de maçãs com suas colegas pintoras num lindo sótão. TUDO MÁGICO.Mas voltar à Paris ainda assim foi bom, foi engraçada a sensação de descer a rue Tournefort, depois de uma breve viagem de dois dias, é estranho voltar para o lugar onde é agora minha casa, pensar que é aqui que moro agora...
Depois de um mês fazer a primeira lavagem de roupa, em duas lavagens, claro, os lençóis, as toalhas, as roupas, as calças jeans. No último sábado foi dia de ir à Nuit Blanche, espécie de Virada Cultural que São Paulo copiou e, devo dizer, melhorou, não pela organização ou segurança, mas pela diversidade de coisas oferecidas, que a Paris não são muitas, o que resultou em filas como as da Journee du Patrimoine.
Fim das "férias" e fim do calor, começo das aulas, começo do resfriado: após a noite mais fria que enfrentei aqui desde quando cheguei, durante a Nuit Blanche, no último fim de semana, desenvolvi um resfriado super, com direito a dor de garganta e nariz escorrendo, agora não posso mais usar minhas Havaianas porque já faz praticamente uma semana que não faz calor, e nesa segunda, dia 5, acabou a moleza, começam as aulas. No sábado à tarde eu ainda fui no Musée d'Orsay, ver Van Gogh, Monet, Manet, "l'origine du monde" de Courbet, Rodin e muitos outros emocionantes, depois de 3 horas, Zoé (que estuda história da arte) e eu não tinhamos visto nem um andar por inteiro. Na Nuit Blanche conseguimos entrar na Grande Mesquita de Paris, maravilhosa, incrível, lindíssima, e no domingo fui com Jelena no Louvre, onde conseguimos ver mais coisas, e mesmo o "show de rock" que é para ver de perto a Giocconda que, confesso baixinho, não tem nada demais! Fiquei mais impressionada com outros quadros, e com o ambiente do Louvre mesmo, que é por si só um obra de arte.
Ontem fui no Quizz do encontro semanal do CS de Paris, super divertido, depois de passar o dia debaixo de chuva e atrás de burocracias estúpidas,mas pelo menos começaram as aulas de esgrima, sim, esgrima, resolvi abraçar essa oportunidade única de pelo menos por um semestre fazer esgrima fleuret aqui em Paris pela universidade, e a primeira aula foi super duper, super quente, super claustrofóbico dentro daquela máscara e gripada, mas duper bonito, en gard.
Hoje foi meu primeiro curso, mas um peguei como de ouvinte, de história da arte, que pareceu difícil ainda que interessante, amanhã é que começa o curso de master 1 de filosofia da arte.

Cinema: estávamos andando na região da Bastille, a Noelle, o Oliver e eu e descobrimos que os franceses ficam sentados nos cafés de Paris como que num cinema, todos olhando para a mesma direção - a rua...eles não olham para quem está com eles na mesa, eles olham todos para a rua, como se essa fosse uma grande tela de cinema.

Porque os parisienses são magros: não é necessário ler um livro de pseudo auto ajuda para descobrir. Apesar de comerem baguetes, com a quantidade de escadas que há no metrô de Paris, é fácil manter a forma por aqui, DE VERDADE!

Les enfants: tirando os dois lindo meninos dos quais tomo conta aqui, para os quais sou uma garota normal, uma "nounou" (babá) como outra, é incrível como as crianças daqui gostam de mim, na rua elas riem e sorriem para mim, brincam comigo no metrô, talvez seja verdade que as crianças vejam e sintam coisas que os adultos não sente, talvez elas saibam que aqui sou muito feliz.

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