domingo, janeiro 09, 2011

vâmo que vâmo


::Divagações no Escuro::

Profecia dos Sapos
Fazia tempo que queria ver essa animação, que chance melhor do que a sessão especial para crianças do Cinesesc de domingo de manhã? Convidei minha mãe para me levar, afinal, sabia que estaria cheio de mães e pais com seus filhos, nada mais justo, não é? Recomendo essa sessão, todos os domingos pela manhã. Rua tranquila, dia tranquilo, e já começa com muita animação e alegria em ver crianças fofas brincando com tudo e sorrindo e correndo. E o melhor de tudo... durante toda a sessão não diríamos que a sala estava cheia de crianças, elas deveriam dar aulas de boa educação no cinema para os frequentadores dos Cinemarks da cidade.
A animação é linda, com estilo giz de cera e traços meigos, destrava o olhar viciado em animações computadorizadas no estilo Era do Gelo e Toy Story. A história, simples, prende a atenção e traz mensagens que serão sempre necessárias, básicas. Baseado na história de Noé da Bíblia, conta sobre um dilúvio do qual escapam um casal e seu filho adotivo juntamente com a amiguinha dele e muitos animais num celeiro que bóia graças a uma câmera de pneu de trator. Amizade, confiança, esperança e respeito à diversidade e ao meio ambiente, tudo isso e uma grande festa de confraternização ao final.

Última Parada 174
Queria saber o que esse filme tinha para ser levado ao Oscar como representante do Brasil, e é lógico, não ficar nem entre os 9 selecionados. A Globo deveria fazer suas sessões de filmes nacionais o ano todo e não só no começo do ano, semana maravilhosa essa do começo de janeiro, todo dia um filme nacional em horário nobre, melhor do que a falta de graça do Casseta e Planeta ou os animais e a obesidade no Globo Repórter.
Enfim, o filme tem todas aquelas qualidades de “filme brasileiro para exportação” cunhadas com Cidade de Deus. Se numa época eram o sertão, a miséria, a fome e a esperança, agora são o Rio, as favelas, o tráfico, tiro e pancadaria, bandidagem e suspense. Que história melhor do que uma real que mexeu com o Brasil? E nada melhor do que uma história triste por trás da desgraça, um determinismo social incrível para gerar nos espectadores um misto de culpa social com pena e comiseração. Mas o filme não é de todo ruim, tirando os clichês, ele é bem executado, e isso é importante para o cinema nacional, que tenta crescer e melhorar sua qualidade, como a de sincronização do som.
Vídeo do Youtube com as cenas reais, no filme essa parte ficou muito boa, de fato.
http://www.youtube.com/watch?v=MLMkBq--M_A


::Achado na gaveta::

Visita a BH em novembro

São Paulo está largada às traças, abandonada, é o deus-nos-acuda, o salve-se-quem-puder, “e agora, quem poderá nos ajudar?”
Uma cidade em que tudo é 24 horas, se orgulha disso, mas não tem transporte 24 horas. A “província” de BH, o “interior”, como chamam os paulistanos-metropolitanos-urbanizados-desenvolvidos, tem ônibus 24 horas. Como eu faria para chegar da minha casa na rodoviária às 4 horas da manhã? Sem ônibus, sem metrô. Impossível. Mas de onde se vê estrelas, o galo canta de manhã,e o vizinho abre o portão para eu comer jaboticaba do pé, ah, de lá até a rodoviária fui em 20 minutos às 4 horas da manhã em transporte público. E o ônibus não custa R$2,70, ou melhor, R$3, né?
Desenvolvimento para quem, cara pálida?
Na incrível terra em que um café expresso e um pão de queijo custam menos de R$3 e o quilo do pão menos de R$7, o centro é bem iluminado, menos sujo e mais policiado, o rio também é poluído, também tem trânsito, mas ouve-se menos buzinas, veem-se mais andorinhas e beija-flores.
“Oh Minas Gerais, quem te conhece não te esquece jamais”.
“Não permita Deus que eu morra sem que volte para lá”.

::Fases::

Existe uma fase do estar apaixonada em que a super confiança em si e o otimismo saem de cena para dar lugar à insegurança.



Um comentário:

Sr disse...

"Catch your fallen star, put it on the pocket, to your rainy day"