::Bosque das Frustrações::
Ando diariamente num bosque escuro e úmido, com árvores semi-mortas que sussurram a todo momento, sem parar, em lamentações:
- Estou saindo, estou saindo daqui uma semana, estou indo para a burocracia estatal.
- Estou saindo, estou saindo daqui um mês, estou indo para um cargo público ensino médio que me paga cinco mil reais ao mês.
- Sempre quis ser dentista, mas meu pai não podia pagar, e eu não consegui entrar na USP, então eu vim para cá.
- Estudei pra ser tradutora português-alemão, mas o mercado é difícil, eu casei, tive filhos, e vim para cá.
- Eu me formei em História, queria ser professora, mas paga muito mal, então vim para cá.
- Sempre quis ser professora de literatura, estudei Literatura Brasileira, mas para quem tem uma família para manter é difícil entrar no mercado da educação.
Qual será a minha história? Qual será o meu mas, o meu então? Eu queria isso, mas aquilo, então cá estou! Por que o desejo, o querer, tem que ser queria, ou quis, ou desejava, desejei?
EU QUERO!
::O Mundo Encantado da USP::
A Universidade de São Paulo oferece um mundo a parte, aqui, a partir do momento em que você e sua família, cruzarem o portão de entrada receberão o óculos da invisibilidade. Os óculos funcionam mais ou menos como a capa da invisibilidade, só que ao contrário, você coloca e tudo que é ruim, do mundo FORA da USP, torna-se invisível.
Aqui há árvores, os carros não poluem, nunca há trânsito, os ônibus são sempre vazios, os circulares passam de 5 em 5 minutos, você e sua família podem andar de bicicleta tranquilamente, pois aqui os motoristas respeitam os ciclistas, toda água é potável, não precisa fechar o carro, não precisa esconder a carteira. O que vem de fora não atinge a USP! E o que está aqui dentro é só coisa boa, alegre, justa, feliz e igualitária!
Um comentário:
Sobre o primeiro, não deixe que você tenha uma história como essas. Você pode mais do que isso e é bom saber que você não precisa ser frustrada! Sonhar é bom demais, mas realizar o sonho é um prazer inigualável!
Sobre o segundo, pois é, não é?! Abre o olho, sociedade!
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