::My Headphones saved my life::
O que eu também não entendo – Jota Quest
São pensamentos soltos
Traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo...
Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir
É tentar esquecer
E não conseguir fugir, fugir...
Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...
Posso brincar de descobrir
Desenho em nuvens
Posso contar meus pesadelos
E até minhas coisas fúteis
Posso tirar a tua roupa
Posso fazer o que eu quiser
Posso perder o juízo
Mas com você
Eu tô tranquilo, tranquilo...
Agora o que vamos fazer
Eu também não sei
Afinal, será que amar
É mesmo tudo?
Se isso não é amor
O que mais pode ser?
Tô aprendendo também...
Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém
É por você que fecho os olhos
Sei que nunca fui perfeito
Mas com você eu posso ser
Até eu mesmo
Que você vai entender...
:: Carta de Amor ::
Você diz que está indo.
- Mas para onde?
- Quando volta?
Hoje encontrei com você, de passagem, meio que por acaso, por sorte, depois de algumas horas de ter levantado da cama em que dormíamos juntos. No exato momento em que vi você, com aquele sorriso de “E aí?” eu tive um momento. Momentos são momentos, instantes passageiros, uma sensação, um flash que nunca mais esquecerei. Aquela não foi uma certeza-inventada, das que criamos para sobreviver ao dia-a-dia, aquela foi uma certeza-certeza, daquelas que se tem poucas na vida. E foi um flash de certeza. A certeza de que você é a pessoa certa, da maneira mais clichê que isso possa ser, a pessoa certa para mim, a tampa da minha panela, o chinelo para meu pé, enfim, o mais meloso possível.
Você me diz:
- O romantismo acabou no século XIX.
Eu penso em corrigir a sua historicidade, mas eu entendo a sua negação.
Talvez eu seja a última romântica dos litorais desse oceano Atlântico, e nada como assistir a um filme no cinema abraçadinha com você (e um VIVA ao Cinemark que tem braços de poltronas para “namorados” #prontofalei).
Eu tenho planos, eu faço planos, desenho-os no ar da minha cabeça de vento. Neles somos felizes para sempre como nos contos de fadas, neles dormimos abraçados todas as noites mesmo que tenhamos uma cama de casal que nos caiba separadamente, neles você é meu marido e eu sua esposa e isso quer dizer amor eterno, neles carregamos tatuagens com nossas alianças e uma aliança imaginária-mais-do-que-real nos une.
O flash da certeza me encheu de alegria, e de tristeza. Queria ter desses flashs referentes a outras questões da minha vida-nada-estável, queria saber que você já teve um desses flashs com relação a mim.
Não meu amor, não tenho medo de que você vá embora daqui. Eu tenho medo de que você se vá. Eu tenho medo de que você descubra, longe, que o que nos une é a presença.
Não meu amor, não é a sua presença que me move, que me anima, que é o meu amor. É algo além, o que não sei dizer, é aquele momento, aquele flash, a certeza de que é você!
:: Cansei de mentir ::
Cansei de mentir sobre como as coisas vão indo, cansei de dizer para mim mesma que tudo vai ficar bem. Na verdade só escondo de mim mesma, não minto para os outros. Para meus amigos eu reclamo todos os dias, pobres deles, só ouvem reclamações. Para mim digo todos os dias, ao deitar a cabeça no travesseiro, que tudo vai ficar tudo bem, e que eu nunca fui genial mesmo.
Dias antes de voltar ao mundo real, tive uma conversa séria com uma amiga, cheguei à conclusão de que não valeria à pena fazer mestrado e doutorado, afinal, muito barulho por nada, não serei genial, a grande filósofa do século XXI na América Latina. Mas e os sonhos? Meu sonho nunca foi ser o mais novo Kant mesmo! Não quero ser o novo Platão, a roda já foi inventada, só nos resta rodá-la.
Mas e os sonhos?
Quando estou naquele ambiente, confesso um pouco arrogante, mas quente das discussões acadêmicas, que não vão acabar com as guerras do mundo nem erradicar a fome do país, naquelas discussões sobre artes e estética e filosofia, ali me sinto viva. Quando ouço no rádio aquele cara falando sobre cinema, aquela mulher que estava na coletiva com a Catherine Deneuve, eu penso: esse sim é o emprego dos sonhos.
Mas e os sonhos? Quão distantes eles estão de mim? Quanto tempo tenho para deixá-los de lado? Será que mais tarde terei coragem e forças para voltar a eles? Ok, os jovens tem a sensação de que o tempo é curto e que se deve aproveitar o agora da vida, mas não é essa a realidade? O tempo É curto. E enquanto estou gastando meu tempo, ok, vou falar, desperdiçando meu tempo, no meu emprego atual, continuo sem acabar com as guerras e a fome do mundo, e não ganho nada além de dinheiro, poderia estar me educando e vendo outras possibilidades para as quais no momento estou cega.
imagem: Nid d'amour - Cécile Veilhan
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