quinta-feira, junho 12, 2014

Sustenido vai ter Copa, minha sétima Copa

1990 - Nada
Eu estava à beira dos meus três anos quando o Brasil buscava o tetra mais uma vez e não me lembro de absolutamente nada. Já devo ter mencionado isso aqui antes, mas minha memória mais antiga é a do dia em que meu irmão nasceu, ou de quando ele chegou em casa, ou seja, quase um ano após a Copa de 90.

1994 - Pipas, camisas e Timbalada
Tudo ainda é meio confuso, mas me lembro claramente dos pipas com a bandeira do Brasil que meu pai comprou para empinarmos, meu irmão e eu, em um parque de Guarulhos. Ali aprendi a fazer o nó de rabiola, o nó de correr. Também me lembro de ir à loja comprar camisa da seleção. Meu irmão ficou com uma 7 do Bebeto e eu com uma do Romário, o que não agradou nada a minha mãe que, não sei bem porque, não gostava nada nada do Baixinho à época.
E a vitória... A festa da rua, todos os vizinhos saíram para comemorar e meus pais colocaram alto para tocar o CD do Timbalada. (Pode ser que fosse, na verdade, Pink Floyd ou Yes, e que eles me matem quando ler isso, mas minha memória mais clara do tetra é a música do beija-flor, "eu vou nas asas de um passarinho, eu vou nos beijos de um beija-flor...").

1998 - Muitas bandeiras
Não sei porque a Copa de 94 não está em nada ligada à escola para mim. Não sei se bati bafo com as figurinhas dos jogadores, nem se a professora nos ensinou algo sobre a Itália. Mas a de 98 está ligada intimamente às minhas memórias da 5ª série, quando a profa. de geografia pediu que desenhássemos todas as bandeiras do países participantes, escrevendo ao lado nome da capital e língua oficial. Foi aí que descobri a Croácia, acho, e sofri fazendo a bandeira da Arábia Saudita. Naquela época, além disso, não havia Wikipedia, nem internet eu tinha e, para os desenhos, nada de impressora. Haja lápis de cor, mapa mundi e a Barsa dos anos 60. (Minto, meus pais nessa época já tinham arranjado uma Larousse mais moderninha, com o Tocantins, inclusive).
Espero que essa memória seja mesmo de 98 e não, deus me livre, de 2002, já no colegial, mas me lembro de ter usado verde e amarelo nos brequetes do aparelho...

2002 - Sol nascente
Eu odiei essa Copa. As primeiras aulas na escola muitas vezes eram canceladas para que os alunos assistissem aos jogos do Brasil, mas como meus pais tinham que me deixar na escola no horário normal, eu ficava lá no pátio sozinha ouvindo o jogo no radinho. Jamais entenderei a desumanidade do zelador da escola que, apesar de abrir o portão para mim, nunca me chamou para assistir ao jogo com sua família.

2006 - Greve e Descartes
Na primeira aula do curso de filosofia, o professor que ensinava Descartes joga essa: "vamos ler Meditações Metafísicas e, antes que a Copa comesse o herói do semestre terá provado a existência de Deus". Bom, uma greve garantiu que as aulas naquele ano não atropelassem os jogos, aos quais finalmente assisti. Mas a existência de deus me atazanou tanto naquele primeiro dia que ainda em fevereiro devorei todas as meditações, para chegara a deus antes de todo mundo. Continuo não acreditando...

2010 - Vuvuzelas e matracas
TV de tela plana, dezenas de câmeras espalhadas pelo estádio, mostrando muitos ângulos do mesmo lance. Essa foi uma Copa linda e interessante, da qual assisti a praticamente todos os jogos. A grande sensação? Os jogadores de Gana e suas camisas justinhas, que no fim foram injustiçados numa partida contra o Uruguai, sob xingamentos lá em casa.