sexta-feira, março 23, 2007

::My headphones saved my life::

Trouble Sleeping - Corinne Bailey Rae

Could it be that I'm suffering
Because I'll never give in?
Won't say that I'm falling in love
Tell me I don't seem myself
Couldn't I blame something else?

Just don't say I'm falling in love
'cause I've been there before and it's not enough
So nobody say it

Don't even say it
I ve got my eyes shut
Won't look, oh
No, I'm not in love

::Paradoxo sobre a blogueira::


Cá estou eu, mais uma vez, com um blog novo. Minha primeira tentativa começou em 10 de junho de 2003 mas só foi até 11 de março de 2005, mantive depois um blog de textos sobre relacionamentos que durou míseros 9 meses e um número pouco maior de posts, dividi um blog e atualmente divido outro. Mas o grande paradoxo é minha novíssima tentativa diante do texto que encerra meu primeiro blog, há 2 anos atrás, a seguir:
::That's all Folks::
Já decidi isso mais de uma vez, já desisti de desistir muitas outras, hoje mesmo hesitei. A resposta às minhas dúvidas e hesitações é: EXISTE VIDA LÁ FORA. Como em Arquivo X: THE TRUTH IS OUT THERE.
Sim caros e poucos amigos leitores, estou jogando a toalha, pendurando a chuteira, como quiserem.
Fato: esse é o último post. Encontro-me feliz, um grande passo já foi dado, como dizem as Caminhantes, agora devo continuar o caminho. Agarro-me aos amigos, às lembranças, a meus pais e a quem segura meu coraçãozinho. Agradeço a todos que aqui passaram, leram, gostaram ou não.
Desisto da posição de escritora de blog, mas não da de leitora, continuarei lendo meus favoritos, o que é, de certa forma, um vício literário.
Espero assim viver menos no mundo virtual e mais no real, escrever em cadernos reais e não em "bloco de notas", conversar com as pessoas ao meu redor, tornar o próximo mais próximo. Espero conseguir, pelo menos na minha vida, o que falta no mundo: diálogo.
É incrível como as pessoas conversam com qualquer um num "chat", adicionam "amigos" que sequer conhecem no Orkut (a nova droga da civilização), mas não conseguem trocar um "bom dia" com o cobrador do ônibus, o motorista, aquele passageiro que passa uma hora ao seu lado, UMA HORA AO SEU LADO, eles são reais, eles existem, os vemos TODOS OS DIAS, pode-se trocar um olhar amigo, palavras...




::Divagações no Escuro::

Que atire a primeira pedra...

"It's only right that you should play the way you feel it
But listen carefully to the sound
Of your loneliness(...)
Well It's only me that wants to wrap around your dreams and
Have you any dreams you'd like to sell
Dreams of loneliness" Dreams - Fleetwood Mac

"Você não é tocada há tanto tempo que o toque acidental de um motorista do ônibus mexe com as suas mais profunda entranhas" Judi Dench como Barbara em Notas sobre um encândalo

Até que ponto o amor é obsessivo? Até que ponto a obsessão é amor?
Quem nunca teve uma pessoa como objeto de sua obsessão que atire a primeira pedra. Ser obsessivo talvez seja normal, o que se faz dessa obsessão é o que diferencia as pessoas, é o que diferencia, por exemplo, eu da personagem Barbara de Notas sobre um escândalo. Ela chega a ser má, vil, cruel, como disseram alguns? Não achei. Inclusive, o escritor do livro que inspirou o filme disse que Barbara parece mais cruel no filme do que no livro, o que me instigou a ler o livro, já que realmente simpatizei com Barbara.
Sei que podem pensar que simpatizei com ela porque sou igual a ela, não acho,mas ela me tocou, de tal forma, que não consigo parar de pensar nela, há tempos um personagem de filme não mexia assim comigo, talvez desde Jeanne Moreau como Catherine em Jules et Jim, personalidades fortes e, ao mesmo tempo, extremamente humanas e reais, mexem demais comigo.
Teimar com uma pessoa, agarrar-se a essa pessoa ou, apenas, à idéia que se tem dela, de uma memória, lembranças, saudades. Martelar na mente, sempre e de novo, imagens, falas, expressões, abraços, olhares, detalhes. Sonhar, todas as noites, com possibilidades, ilusões, encontros, decepções, sentimentos mil. Acordar e demorar para perceber que era apenas um sonho, ou pesadelo, porque a sensação foi tão real, a angústia, o desespero, a felicidade, a incompletude, que simplesmente não passa ao abrir os olhos, dar por si é difícil. E quando se dá conta, é pura solidão e obsessão.

Eu também quero falar

"Será que posso tecer um comentário sobre isso nesse momento?" Woody Allen como Danny Rose em Brodway Danny Rose

Já li e ouvi tantas opiniões, teorias, verdadeiros tratados sobre o filme mais badalado das últimas semanas, Borat, que também quero abrir minha boca grande, ou melhor, pôr para trabalhar essa minha mão boba.
Não há no filme o tipo de humor que eu particularmente gosto, quase não ri no filme, com exceção da tão comentada cena do hotel. Mas não posso negar que o filme seja interessante. E bom. Porém eu me sinto mais inclinada a chorar do que rir das descobertas que o segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão faz viajando pela América (sic).
Borat mostra-se preconceituoso para descobrir os preconceitos alheios e, assim, descobrimos que ninguém estranha se você for comprar uma arma que seja a melhor para matar judeus ou que tudo bem se você quiser comprar o carro que mais facilmente mate alguém ao atropelá-lo. E, claro, já ia me esquecendo, vamos bater palmas para o Bush e sua guerra do Iraque.
Mais do que qualquer outra coisa Borat revela o complexo de superioridade dos americanos (sic) e suas hipocrisias cotidianas.

Uma verdade inconveniente

A verdade inconveniente é que o filme é, na verdade, dois em um. A vida e ideologias de Al Gore + o aviso sobre o aquecimento global. O filme não deixa de ser uma tentativa louvável, tendo como alvo o público dos EUA. Bom, tudo bem, foram eles que não assinaram Kyoto mesmo.
Outro problema é que quando se trata de questões ambientais a verdade é que quem se interessa por saber mais, ver o filme, entrar no site do Greenpeace, do SOS Mata Atlântica, andar de bicicleta etc, são as pessoas já conscientizadas, na projeção mesmo que fui ver tenho certeza de que ninguém ali duvidava da realidade do aquecimento global.
Dois momentos mostram bem que Al Gore é diferente de Bush mas ainda sim um típico americano (sic): 1) ao falar da infância na fazenda de seu pai ele deixa escapar que uma das coisas que se podia fazer por lá era "atirar seu rifle", uow...2)num momento de incentivo e motivação para reagirmos ele mostra do que a humanidade já foi capaz de fazer unida, uma das imagens é o Muro de Berlim e ele fala "juntos conseguimos acabar com o comunismo", hein? Viva o Al Gore! Se fosse acabar com as ditaduras, é..., com as diferenças sociais, vai lá, mas encher a boca para falar da derrubada do comunismo...
Como alarme do aquecimento global é bem feitinho, é de chorar a história dos ursos polares que se afogam por ter de nadar mais de 100km sem achar gelo para descansar, buá.


::Curtindo a vida adoidado::

Recomento fortemente a exposição Mulher Mulheres na Unidade Provisória do Sesc Av. Paulista. Obras tocantes de profunda sensibilidade e contestação à condição da mulher no mundo atual, destaque para a obra de Vito Acconci (foto).



::Sábias palavras::

"É tudo osso,eu vou no açolgue e tem um monte."
Frase de uma garota durante uma aula de anatomia sobre a estrutura óssea, causo narrado por uma amigona que faz Biologia.

::A pergunta que não quer calar::

Por que as mulheres não podem andar por aí sem camisa?

4 comentários:

Anônimo disse...

Ahhhhh vou ser a primeira a fazer um comentário...ehhhhh... Bem primeiramente gostaria de parabenizá-la pelo blog, fico mto feliz por ter voltado, já que afinal fez mta falta para nós que somos seus fãs de carteirinha...hehe...Bem, em segundo lugar queria disser que te amo um tantão maior que um boi e adorei seus comentários, e por justamente ter me deliciado e me sensiblizado principalmente na parte sobre o filme "Notas de um escândalo" que gostaria fechar meu comentário com meu tão amado texto, meu não, do J. Gaiarsa: "O ser humano é o mais complexo, o mais variado e o mais inesperado dentre todos os seres do universo conhecido. Relacionar-se com ele, haver-se com ele é, por isso, a mais emocionante das aventuras. Em nenhuma outra assumimos tanto o risco de nos envolver, de nos deixar seduzir, arrastar, dominar e encantar...."
E com certeza nessa vida não tem obsessão melhor do que assumir riscos....Um bjo na alma....Lua

Anônimo disse...

Oi Ursula!!!
Achei bacana seu blog.
Ah! é a Vanessa, vmos ver se marcarmos de fazer uma reuniao com a galera da Filo.
Bj

Anônimo disse...

Parabéns pelo blog, Úrsula. Como sempre, escrevendo coisas interessantes. Gostei muito de sua reflexão sobre abandonar as relações virtuais em prol das relações com o mundo real. A tecnologia causa uma certa ilusão e euforia nas pessoas e elas acabam envolvidas e presas nesta artificialidade. Na época que você escreveu esse texto, o orkut era a praga do momento, mas como a imbecilidade humana não tem fim, temos agora o Second Life. Não sou contra o desenvolvimento da tecnologia. Só acho que a grande maioria utiliza sem nenhum senso crítico.

Anônimo disse...

Hum..acho que sou a quarta a fazer um comentário..rs
Que bom que você resolveu voltar com seu espaço, durante muito tempo estivemos na expectativa, e derepende ele renasceu! De uma maneira diferente, mais madura, mas ainda deixa transparecer e revela nas entrelinhas a blogueira! rs
Eu nem lembro mais como é fazer um blog, ter a "responsabilidade" para com os leitores, mas lembro de quem me iniciou nessa arte, que na época virou um vício! Lembra-se dessa pessoa? rs
Espero que este seja para sempre, que mude, se renove, mas que esteja sempre aqui para o deleite dos seu leitores amigos ou seria....amigos leitores? rs
Beijos Ú...
Andréa.