quinta-feira, dezembro 18, 2008

::Momentos Paris,Texas::


- Não sinta pena de si mesma.
- Sim, eu sinto pena do meu corpo, pois sei que ele nunca mais será tocado por suas mãos, sinto pena dos meus olhos que nunca mais olharão os seus a milímetros de distância, sinto pena das minha mãos que nunca mais sentirão o seu corpo, do meu nariz que nunca mais respirará o seu cheiro, de minha boca que nunca mais sentirá o seu gosto, e eu posso continuar infinitamente sentindo pena de mim mesma, e de inifinitas coisas maravilhosas que essa eu mesma nunca mais poderei ter.


- Hoje eu vi dois bonsais lindos, um era de uma plantinha que parece arbusto, e outro era de romã, esse tinha três anos, já dava flores, os dois estavam maravilhosos e muito baratos, eu pensei na hora em comprá-los para que um dia cuidássemos deles juntas, mas então eu me lembrei do que havia esquecido por um segundo.


- Oh, há tanto o que eu quero te contar. Eu leio o jornal e já vou recortando, guardando, e,quando me dou conta, lembro do que havia esquecido por um segundo, você não os lerá.


Sentadas na pedra:
- ...
- ...
Que pedra? Não há mais pedra.


::E agora, o que faço eu da vida sem você?::


Você não me ensinou a te esquecer,
você só me ensinou a te querer.
E agora, o que faço com a chave da sua porta no meu chaveiro?
O que faço com essa linhazinha amarrada por você no meu punho?
O que faço com o seu presente de natal?
O que faço com os dois fios de cabelo seu que estão guardados na minha carteira?
E com as fotos, que carrego sempre comigo?
E com essa dor?
O que faço com meu amor? Que é tanto. É infinito e não cabe apenas dentro de mim.

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