terça-feira, março 13, 2012

DE VOLTA AO BANCO

Desde que sai do meu emprego na Caixa Economica Federal em julho do ano passado, nunca mais tinha entrado numa agência de banco. Resolvo tudo pela internet ou no caixa eletrônico, no máximo entrei na agência em que trabalhava para dar um alô ao pessoal quando passava na porta. Mas uma boa notícia, ter conseguido uma bolsa para o mestrado, me levou a uma má notícia, ter de abrir uma conta num banco específico no qual não tenho conta ainda. E aí, já viu!
Achei que seria um dia feliz, com sol, pegaria o comprovante da bolsa, iria ao banco, abriria a conta, sairia contente, iria aos demais compromissos do dia. O que se seguiu na verdade foi a definição de inferno astral misturado com fezes de pombo na cabeça. Tive de cancelar todos os compromissos do dia pois fiquei das 11 às 16h tentando abrir uma conta e fiquei tão nervosa com os acontecimentos que agora estou mesmo é precisando ir à terapia que cancelei.
Fui avisada ontem da bolsa e precisava de um numero de conta no meu nome no determinado banco até amanhã. Peguei o comprovante da bolsa na faculdade e fui alegre e contente abrir a conta em uma das agencias da Universidade. Puff! Dez dias de espera para abrir a conta. Tenta em outra: 3 semanas de espera. Outra e mais outra e nenhuma agência abre conta na hora, todas com espera. Onde já se viu isso?! Achei que fosse bom para um banco operar com a MINHA grana, ganhar em cima da MINHA grana, do pacote que me obrigam a pagar pela gestão da conta, alguém para mandar cartões de crédito sem que eu peça e oferecer seguros dos quais não preciso etc. Mas bom, parece que eles se esqueceram disso, e me senti idiota sendo uma cliente implorando para ser explorada!
Cinco agências nos arredores da Universidade não aceitaram meu dinheirinho. Não agora pelo menos, eles não tem pressa. Mas eu tenho. Comecei a ficar desesperada. Pensei: quer saber, vou levar minha grana para Z.L.! E batata, a agência perto de casa topava abrir a conta na hora. Depois de horas camelando sob o sol da Z.O., vi-me voltando cabisbaixa para a Z.L.Mas nem tudo é perfeito, não é mesmo?
Ar condicionado, agência vazia, tranquila, silenciosa. Estava muito bom para ser verdade. É claro. De primeira não quiseram aceitar meu comprovante dizendo que aquele não é o modelo que eles conhecem. Saia da fôrma e será punido, claro! Depois de contar minha triste história e fazer cara de gato-de-botas finalmente tive minhas preces atendidas, mas não como bolsista CAPES, mas com uma conta comum a qual após o depósito primeiro terei de transformar em conta universitária. Ah sim, o atendente fez eu entrar no site do Janus na frente dele e imprimir um atestato de matrícula na USP.
Desde a época em que tornei-me bancária eu dizia que bancários são piores que taxistas. Uma das grandes injustiças brasileiras é o fato de os taxistas levarem tanto a fama de malufistas conservadores e propagadores de clicês preconceituosos enquando os bancários passam desapercebidos por esse mundo dos rótulos.E costumava perceber uma presença constante de recalque na classe dos bancários, pontas de inveja e massas de frustrações. E hoje, estressada, 14h30, sem comer, com calor e nervosa, eu iria trombar, claro, justamente com um que merece o rótulo.
A primeira pérola foi, falando sobre trabalhar em banco e fazer hora extra, eu falei que os cariocas estão certos quando dizem que trabalhamos demais e damos muita importância a fazer hora extra, aí ele disse "mas carioca é preguiçoso, e pior que eles só mesmo os bahianos". Fica imaginando a minha cara de "mano, v@$%&*@#!!!", quem conhece essa cara imaginou. A conversa acabou. Depois de aberta a conta reclamei da taxa mínima de manutenção, um absurdo de R$6,50 para conta universitária (minha outra conta em outro banco cobra R$1,98), mas sabe como é, eles detem o monopolio das bolsas pagas no Brasil todo. Eu tentei negociar, lei do mercado né, ao que ele respondeu: "não é tanto assim, você está ganhando para estudar mais do que muita gente aqui que bate cartão todo dia e traz marmita pro almoço". Queria dar uma voadora, uma joelhada giratória, um FATALITY no homem diante de mim. O problema do Brasil e dos brasileiros é não saber valorizar os estudos e seu valor na sociedade, vale lembrar que em diversos países a palavra usada normalmente para estudar é trabalhar.

Um comentário:

Mari Rosell disse...

Mas minha presença é fundamental para alegrar seu dia!
Mano, é sério, banco é pior do que inferno! E, conquentemente, barcários piores que o capeta!
É isso mesmo, ganho pra estudar e ganho muito pouco por sinal. E estou louca para chocar os chatonildos de plantão no face humilhando-os, junto ao seu recalque, quando disser que, além de pagarem minha faculdade, me pagarão uma viagem a Ouro Preto!
=)