segunda-feira, outubro 01, 2007

::My headphones saved my life::


Age Of Consent - New Order

Won't you please let me go
These words lie inside they hurt me so
And I'm not the kind that likes to tell you
Just what I want to do
I'm not the kind that needs to tell you
Just what you want me to

I saw you this morning
I thought that you might like to know
I received your message in full a few days ago
I understood every word that it said
And now that I've actually heard it
You're going to regret

And I'm not the kind that likes to tell you
Just what you want me to
You're not the kind that needs to tell me
About the birds and the bees

Do you find this happens all the time
Crucial point one day becomes a crime
And I'm not the kind that likes to tell you
Just what I want to do
I'm not the kind that needs to tell you

I've lost you

::Dançando Almodóvar::


O espetáculo ¿Por que no hacemos cine? da Cia. Lambe-Lambe de Teatro e Afins/Núcleo Cinematográfico de Dança se propõe a dançar o desejo como colocado nos filmes de Almodóvar, cineasta que filma as mulheres como não se fazia desde Godard. O resultado é de tirar o fôlego, quatro bailarinos belíssimos, três mulheres e um homem, desde o começo, com tesudíssimas palavras clamadas em espanhol, bailam seus corpos com um desejo que se pode sentir no ar, são cenas e mais cenas de ficar boquiaberto, inusitados vídeos são projetados ao fundo enquanto a lei do desejo impera e ata-te na poltrona, não vá pensando que são maus hábitos, nem que é má educação, são labirintos de paixões que não cessam de volver.
Apenas de 4 a 7/10 eles estarão em cartaz no CCSP, quinta a sábado, às 21h e domingo, às 20h, na Sala Jardel Filho.

::Redescobrindo Legião Urbana::


"Tudo parece ser tão real
Mas você viu esse filme também."

"Já estou cheio de me sentir vazio" (Baader Meinhof Blues)

Certo, fanatismos à parte, eu assumo e, realmente, concordo, que Legião Urbana é uma mistura de The Smiths com uma espécie de religião, suas letras foram feitas para serem entoadas em alto volume, por jovens utópicos, sedentos da mudança, decepcionados com o mundo e o sistema, a guitarrinha é igual a do Johnny Mars e as letras são melhores que as melodias...
Mas...
E daí?
Eu adoro cantar músicas bem alto, gritando, sentindo aquela dorzinha no peito sendo, pelo menos um pouco, exorcizada, mesmo que por um momento. Ai que felicidade cantar, com muita falta de ar asmática, gesticulando e pulando, os vários minutos de Faroeste Caboclo, ou teatralizar uma tristeza incompreensível nos onze minutos de Metal contra as nuvens!
Sim, quer saber? Eu sou mesmo utópica, sou mesmo do tipo que acha que pode mudar o mundo, mas "se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era para sempre"? Estou decepcionada com o mundo e com o, dito, "sistema", tenho vinte anos e me acho "A" revolucionária... E daí?
Há cinco anos atrás, porém, eu não encarava as músicas da forma como estou encarando nessa redescoberta. Eu, devo dizer, muito ignorante quanto a muitas coisas, achava tudo aquilo poético e lindo, original e tudo o mais, agora, com um pouco mais de conhecimento adquirido, ainda ignorante, percebo o quanto havia de diagnóstico de uma geração e de um período naquelas letras, e mais, o quanto há de verdade universal, aquele tipo de verdade que diz respeito a todos os seres humanos na face da terra, que pode fazer se reconhecer em muitos e, ao mesmo tempo, nos fazer sentirmo-nos únicos.
Sem contar, é claro, muitas presenças da filosofia nas letras, desde política a estética, passando pela metafísica, pelos mitos gregos e muito mais.
Sim, eu gosto de Legião Urbana, algum problema?

"Filósofos suicidas
Agricultores famintos
Desaparecendo
Embaixo dos arquivos" (Petróleo do futuro)

"Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais"

"Então é outra festa
É outra sexta-feira
Que se dane o futuro
Você tem a vida inteira
Você é tão esperto
Você está tão certo
Mas você nunca dançou
Com ódio de verdade." (A Dança)

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