domingo, março 02, 2008

::Manifesto contra a Insensibilidade::

Por que me diz que sou insensível? Por acaso não sinto você? Sim, eu sinto, e a sensação é ótima.
Eu tenho sensações sim, e sentimentos, das mais extremas, dos mais intensos.
"Caem as máscaras!"
Com você fico de rosto limpo, com a verdadeira face à mostra, por mais que às vezes eu tente escondê-la entre as mãos. E quando isso acontece, desejo que você as arranque da frente, afaste minha timidez e covardia para ver meu eu em carne viva, pulsante, vibrante, desejante e SENSÍVEL.
Sinto meu coração bater mais forte quando vou ver você, quando ouço seu nome, quando recebo um recado seu.
Sinto meu corpo arrepiar ao seu toque, ao seu suspiro, minha respiração falha com o seu beijo, meu corpo pesado flutua ao lado, em cima, ou embaixo do seu.
A Felicidade me invade quando me convenço de que sim, é verdade, você me ama.
E depois de tudo isso, e apesar de tudo isso, você ainda não se convenceu, você ainda não tem certeza, ainda vejo em seus olhos que você não sabe o quanto eu sinto você.

::My headphones saved my life::


I Feel You - Depeche Mode

I feel you
Your sun it shines
I feel you
Within my mind
You take me there
You take me where
The kingdom comes
You take me to
And lead me through
Babylon

This is the morning of our love
It's just the dawning of our love

I feel you
Your heart it sings
I feel you
The joy it brings
Where heaven waits
Those golden gates
And back again
You take me to
And lead me through
Oblivion

This is the morning of our love
It's just the dawning of our love

I feel you
Your precious soul
And I am whole
I feel you
Your rising sun
My kingdom comes

I feel you
Each move you make
I feel you
Each breath you take
Where angels sing
And spread their wings
My loves on high
You take me home
To glorys throne
By and by

This is the morning of our love
It's just the dawning of our love



I've got you under my skin - Frank Sinatra

I've got you under my skin
I've got you deep in the heart of me
So deep in my heart, that you're really a part of me

I've tried so not to give in
I've said to myself this affair never will go so well
But why should I try to resist, when baby will I know than well
That I've got you under my skin

I'd sacrifice anything come what might
For the sake of having you near
In spite of a warning voice that comes in the night
And repeats, repeats in my ear

Don't you know you fool, you never can win
Use your mentality, wake up to reality
But each time I do, just the thought of you
Makes me stop






before I begin
cause I've got you under my skin


::Sábias Palavras::


Mary 'Mouse' Bedford: "How much does it matter what other people think?"
Joe Menzies: "Depends how much they’re paying you, I guess."
(diálogo de Assunto de Meninas)


::Divagações no Escuro::

4 meses, 3 semanas e 2 dias

Impactante!
Mesmo sem agulhas de tricô, a realidade dos abortos ilegais se mostra nesse filme muito distante daquilo que imaginamos no conforto de nossas vidas perfeitas e dentro da lei. Numa posição vulnerável está-se sujeito a todo tipo de humilhação.
A cena em que vemos o feto, acompanhando o olhar de Ofelia, debate-se contra o restante do filme, reforça a idéia de assassinato, não nos deixa esquecer o ato cruel que é tirar um feto de dentro da barriga de sua mãe, mas e a decisão consciente de cada mulher, os riscos que elas enfrentam indo contra uma lei que não diz nada sobre suas vidas reais?
O diretor teve extrema coragem, pois fiquei sabendo por uma entrevista que a história supostamente se passou com uma namorada dele e que ele só ficou sabendo dez anos depois, não sei se sua namorada seria Ofelia ou Gabi, mas encarei o filme como uma tentativa de fazer parte daquilo que foi excluído um dia.
Acima de tudo, encarei o filme como sendo sobre amizade. Por quem você faria o que Ofelia fez por Gabi? Quem faria isso por mim?

Gabi parece uma fracote, tão em choque que perdeu a noção do que está fazendo, alheia, medrosa, desajeitada, a câmera aparenta nem querer conversa com ela. Acompanhamos a amiga decidida, madura, sensível, é com ela que compartilhamos a aflição, é com ela que sofremos.
Com o título sabemos o que possivelmente sequer Gabi sabe: o tempo exato da gestação, até com a precisão de dias.
4 meses, 3 semanas e 2 dias é seco, nem mesmo parece encenado, não ilumina o que não deve, e consegue nos fazer sentir aquilo que as garotas estão sentindo, como o nó na garganta, o desconforto e o estômago revirado ao final, quando decidem nunca mais tocar no assunto.


Venus

Parece fácil fazer papel de si mesmo num filme, como sempre falam de Hugh Grant, por exemplo, mas em Venus não me pareceu um trabalho fácil o de Peter O'Toole.
O'Toole interpreta um ator em suas próprias condições, já muito idoso, mas também interpreta aqueles que devem ser seus próprios medos.
O medo de morrer, a consciência da decadência de seu corpo enquanto a mente ainda tem o vigor necessário para desejar. E será este desejo, como ele mesmo prevê no início do filme, que o levará à angústia, ao desespero e à loucura.
Total insensatez, aos nossos olhos, é o ponto a que Maurice, seu personagem, chega por conta de seu desejo por Jessie, a quem ele apelida de Vênus quando a leva para ver o quadro de Velasquez, A Vênus no Espelho.

Maurice diz, em frente ao quadro, que a coisa mais linda que um homem vê na vida é o corpo de uma mulher, e entendemos que ele, em seus 80 ou 90 anos não quer desistir de ter a visão mais bela que seus olhos podem lhe proporcionar.
Sabemos de suas esquisitices e de sua juventude de galã cafajeste, sabemos que ele abandonou esposa e filhos para viver se bebidas, sucesso e mulheres, mas não podemos achar que só porque está chegando ao fim de sua vida que passou a ser ingênuo, um "velho babão" como Jessie o chama em determinado momento. Eu construí uma simpatia por ele no decorrer da narrativa, certo carinho que se expressava na minha tentativa de entendê-lo ao invés de julgá-lo.
Ele sabe que Jessie está se aproveitando de seu dinheiro e fama,mas não será ele que termina por se aproveitar dela? Ele precisava de sua juventude e energia, de seu cuidado verdadeiro, que ao fim consegue. Ele não é um "velho bobo" e isso faz toda a diferença no filme, ele não é um safado, ele tenta ser sincero e sofre, está desesperado, angustiado, ele luta e não aceita com facilidade o que a sociedade impõe a ele como comportamento de um senhor idoso.

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